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Dados da Via Rio de Janeiro > Nova Friburgo > Pedra do Cão Sentado > Via Tradicional do Cão Sentado

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André Ferreira e Marcelo Puga, na P1.
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Marcelo Puga no cume e André Ferreira no trecho final do Cão Sentado, passando pela variante.
Via Tradicional do Cão Sentado Imprimir informações da via
3º Vsup A1 E2
Cadastrada por: Luciano Bender, em 20-06-2019 às 19:08
Alterada por: Luciano Bender, em 30-04-2023 às 17:40
Modalidade: tradicional
Tipo de via: principal
Face: sudeste
Tipo de escalada predominante: agarras e aderência
Extensão: 55 metros
Descrição: Esta representou a primeira via de acesso ao cume da Pedra do Cão Sentado e foi o centro de grande polêmica na época de sua conquista. Alguns escaladores paulistas se diziam os primeiros conquistadores, e chegaram a publicar o seu feito nos jornais da época. Porém, bem antes deles, o Cão Sentado já havia sido escalado pelo escalador friburguense Hermano Fontão, e companheiros, que provaram e publicaram como sendo os primeiros escaladores a pisar no cume.

Naquela época, não havia os equipamentos utilizados atualmente, e escalar era algo muito audacioso. Era necessário laçar algumas bromélias na pedra para se fazer a ascensão ou trepar nos ombros uns dos outros. Também, usavam-se varas de bambu presas a cachimbos (tipo de grampo que não possui olhal, mas apenas um pino, como a letra "L").

Atualmente a via está muito diferente da original. E mudou bastante nos últimos. Novas proteções fixas foram acrescentadas, os cabos de aço foram removidos (incluindo um que partia da Pedra do Charuto, em tirolesa, até a parede do Cão Sentado) e a vegetação praticamente desapareceu. Os cachimbos originais que ainda estavam até 1993 foram substituídos por grampos e algumas agarras, infelizmente, foram cavadas com talhadeiras.

No ano de 2021, a via foi toda reformada por uma equipe do Centro Excursionista Friburguense. As antigas e variadas proteções fixas foram substituídas por chapeletas PinGo de aço-inox 316 L. As paradas foram também duplicadas e as proteções foram melhor alinhadas de modo a se reduzir o atrito da corda.

Saindo da base, a via começa por um pequeno e fácil lance em livre, até se atingir um pequeno patamar para os pés. Dali, é possível costurar a primeira chapeleta e sair em artificial com o uso de estribo. Atente-se pois o lance é bem esticado para se alcançar o parafuso que vem logo a seguir, que deverá ser protegido com um nut de cabo. Para o lance seguinte, ainda em artificial, mais uma chapeleta e, depois, um último parafuso. Mais uma passada e se costura a última chapeleta do lance em artificial. A partir dela, sai-se em livre pela direita, em lance de V grau. Depois, atinge-se o que restou de uma raiz (meio viva e meio morta), de um arbusto muito antigo. Aliás, é possível apoiar-se nessa raiz para vencer o lance fácil que leva até um platô. A partir deste ponto, a escalada ganha um pequeno trecho mais vertical, onde se encontra o crux de Vsup, chegando ao platô da P1.

Saindo da P1, vence-se um lance reto e depois, contornando por cima de um grande gravatá à direita, a via segue por um pequeno lance de aderência, até atingir outro platô, no que seria o ombro do Cão. Dali pra cima, mais um pequeno e vertical trecho em agarras, e chega-se à parada dupla do pescoço do Cão. Neste local há uma urna com livro de cume, não sendo recomendada a escalada a partir deste trecho, pois a cabeça do Cão se encontra em estado de erosão.

Antigamente, continuava-se a escalada por um pequeno trecho de caminhada na nuca do Cão, onde existia terra e vegetação. Entretanto, devido ao excesso de uso, este trecho tornou-se bastante erodido, com blocos soltos de rocha desnuda, tendo sido palco de um acidente fatal há alguns anos, em função de um escorregão de um escalador que por ali passou desencordado. NÃO SE RECOMENDA PASSAR POR ESTE TRECHO, NÃO SÓ POR QUESTÕES PRESERVACIONISTAS, DE MODO QUE A VEGETAÇÃO SE RECOMPONHA, MAS, PRINCIPALMENTE, POR QUESTÕES DE SEGURANÇA.

Para se chegar à base da via, é só seguir a trilha principal em direção ao Cão Sentado. Porém, deve-se passar direto, sem entrar na bifurcação à direita que segue para o Mirante Cão Sentado. Pouco mais à frente, há outra bifurcação. Aí, é só seguir à esquerda e subir uma escada, depois entrar à direita numa caverna meio apertada. Na saída da caverna, já se vê o início da via. Pode-se ver a Pedra do Charuto à frente e o Cão à direita. Diga-se de passagem, a Pedra do Charuto é mais baixa que o Cão Sentado, mas a sua escalada é mais exposta e apresenta alguns pontos com arestas vivas, onde a fricção da rocha com a corda torna-se bastante perigosa. A base da Via Tradicional do Cão Sentado fica sobre um grande bloco. Cuidado com equipamentos soltos que, quando caem, desaparecem entre os inúmeros blocos encaixados no local !
Equipamento mínimo necessário:
  • 8 costuras expressas
  • 1 par de estribos
  • 2 Nus de cabo (para artificial em parafusos)
Data da conquista: 1956
Conquistadores (em ordem alfabética):
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